Pensar Maior: por uma (longa) vida e com qualidade
É um facto que hoje vivemos mais anos, o que aporta novos desafios a uma sociedade que quer manter a qualidade de vida na última etapa da existência. Mas para cumprir esse objetivo, há que se ir preparando durante toda a jornada da vida. Foi precisamente esse caminho que foi debatido em Coimbra, na terceira etapa da iniciativa Pensar Maior Fidelidade, desta vez dedicada à vida e à poupança.
A esperança média de vida tem vindo sempre a aumentar, um facto que levanta inúmeros desafios à sociedade, nomeadamente no desenvolvimento de soluções de proteção e assistência. Hoje, mais do que nunca, importa debater o quão essencial é acompanhar uma população que viverá mais anos, mas estará igualmente sujeita a maior vulnerabilidade e dependência, e em que cuidados específicos, nomeadamente na área da saúde, são fulcrais. Porque agora não só queremos viver mais, como queremos qualidade de vida. Para assistir a intervenções e debates sobre estes temas, o grande auditório do Convento de São Francisco, em Coimbra, ficou repleto ao receber colaboradores, corretores, mediadores e parceiros da Fidelidade, acompanhados por uma numerosa audiência em streaming.
Uma visão sobre a longevidade
O ramo Vida representa 54% da faturação da Fidelidade. Deste valor, 93% são concretizados em Portugal e 90% em Vida Financeira. Ou seja, é uma área de atividade que a companhia acarinha até pela importância que tem para a empresa, disse na abertura do evento António Sousa Noronha, da Comissão Executiva da Fidelidade. “É uma área que temos de ter sempre sob observação”, comentou.
O executivo abordou na sua intervenção três pilares fundamentais: a sustentabilidade, a responsabilidade social e a longevidade. “As empresas devem devolver à sociedade o que a sociedade lhes dá, nomeadamente aos mais sensíveis e carenciados”, afirmou. Na longevidade, tema que no entender de António Sousa Noronha é o mais complicado de administrar, o executivo salientou “que todos gostamos de viver mais e gozar a vida, com equilíbrio e sustentabilidade, mas isso levanta uma questão: como gerimos a longevidade?”. E é aqui, para precisamente lidar com esta pergunta e consequente resposta, que António Sousa Noronha não tem dúvida de que “a Fidelidade tem de estar presente”.
Todos gostamos de viver mais e gozar a vida, com equilíbrio e sustentabilidade, mas isso levanta uma questão: como gerimos a longevidade?
Para falar da Vida Risco subiu ao palco Laurentina Caldeira. Reportando dados de março, a diretora anunciou que a Fidelidade está a crescer 8%, enquanto o mercado decresce 1%. Há pouco mais de dois meses na direção desta área, Laurentina Caldeira mostrou-se particularmente sensível à necessidade de continuar a inovar na Vida Risco. “E vamos continuar a inovar. Mas hoje já fazemos a diferença, nomeadamente nas coberturas que oferecemos, na aposta na prevenção, porque temos menos exclusões, e porque estamos apostados em digitalizar toda a jornada dos nossos clientes e dos nossos parceiros.”Como exemplos de oferta diferenciadora, a diretora mencionou o Proteção Vital da Família e o Proteção Vital 65+. Ambos são produtos que materializam a necessidade de assistência e acompanhamento do cliente face ao aumento da esperança média de vida.
Já fazemos a diferença, nomeadamente nas coberturas que oferecemos, na aposta na prevenção, porque temos menos exclusões, e porque estamos apostados em digitalizar toda a jornada dos nossos clientes e dos nossos parceiros.
Na sua intervenção, Maria João Carvalho, da direção de marketing e clientes, salientou os mais de 30% de crescimento nas vendas destes produtos no primeiro trimestre. Cristina Martins, da direção Vida Risco, classificou esta jornada como sendo de “sucesso”, de “uma oferta que quase dispensa apresentações, já que são produtos muito conhecidos e trabalhados pela rede de parceiros”. São, sobretudo, produtos que se adaptam a várias realidades, famílias e faixas etárias.
A perspetiva da distribuição
O evento continuou, dando voz aos parceiros. Maria João Gonçalves, diretora de marketing da Caixa Geral de Depósitos, Carlos Paixão, da Paixão Seguros, e Cristina Rodrigues, da direção Comercial Banca da Fidelidade, foram moderados na sua conversa por Nuno Clemente, diretor-geral Comercial da Fidelidade, num painel que se focou nos produtos de vida financeiros na perspetiva da distribuição. No debate, ficou patente que os seguros financeiros têm um papel muito importante na resposta às necessidades de poupança e investimento da sociedade. “A Fidelidade é líder deste mercado, tendo gerado no último ano mais de 2,1 mil milhões de euros em volume de prémios em produtos financeiros, o que equivale a 31% de quota de mercado”, revelou o moderador. Maria João Gonçalves destacou a vasta e completa oferta da Caixa Geral de Depósitos em produtos de poupança investimento, sendo líder nos depósitos e fundos de investimento. Neste contexto, os produtos da Fidelidade têm, no seu entender, um papel muito importante, não só no número de clientes, mas também no montante aplicado. “A Caixa terminou o ano de 2021 com uma carteira de 7,6 mil milhões de euros de investimento de clientes em seguros financeiros e PPR, o que demonstra a dimensão e a importância desta linha no conjunto de produtos de poupança investimento.”
A Fidelidade é líder deste mercado, tendo gerado no último ano mais de 2,1 mil milhões de euros em volume de prémios em produtos financeiros, o que equivale a 31% de quota de mercado.
Na sua intervenção, Carlos Paixão, da Paixão Seguros, falou nos novos desafios, nomeadamente na responsabilidade que os mediadores têm para com os clientes, fruto da estreita relação que com eles mantêm, para além da literacia que os novos produtos, mais exigentes, requerem. Desafio que Carlos Paixão admite encarar com particular interesse. Já Cristina Rodrigues, da direção Comercial Banca da Fidelidade, focou a intervenção em três pilares que, de resto, já tinham sido salientados pelos convidados: a oferta, que tem de responder às necessidades de poupança e investimento; a proximidade, até pela complexidade e grau de especialização de alguns produtos; e a operativa e ferramentas de apoio, elementos que, em conjunto com os distribuidores, “estão a ser repensados no sentido de identificar oportunidades de simplificar, sempre no estrito cumprimento das regras”, garantiu Cristina Rodrigues.
A importância da literacia financeira
A importância de poupar, e, sobretudo, de não adiar a poupança, foi o foco da intervenção de João Miguel Matos, da Fidelidade, numa conversa sobre literacia financeira. Um tema no qual esta companhia de seguros admite ter responsabilidade acrescida, como mencionou João Martins, da direção do negócio Vida Financeiros, que moderou este debate. Na sua intervenção, João Miguel Matos salientou o facto de esta poupança não ter propriamente de ser muito grande ou de valores avultados. “A poupança pode começar por pequenos valores, de 10 ou 20 euros”, enfatizou. Ariana Nunes, fundadora do Canal Renda Maior no YouTube, um dos maiores canais de investimentos e educação financeira em Portugal, abordou o desafio de “chegar” às pessoas. No entender desta divulgadora, há uma necessidade de aprender a trabalhar o dinheiro, já que, regra geral, se trabalha para o ganhar mas depois parece haver uma despreocupação. “Até por algum receio do financês”, disse no evento. “As pessoas acabam por enterrar a cabeça na areia e ignorar o tratamento do dinheiro. Devemos ter um orçamento, fazer as nossas escolhas e, acima de tudo, saber pôr o dinheiro a trabalhar para nós”, afirmou.
Há uma necessidade de aprender a trabalhar o dinheiro, já que, regra geral, se trabalha para o ganhar mas depois parece haver uma despreocupação.
Gonçalo Vieira Luz, professor de Finanças da Nova SBE, abordou a importância do papel das universidades e instituições de ensino na cultura financeira. Na opinião deste especialista, este “problema” devia ser combatido na base. Ou seja, no ensino básico ou preparatório, onde deviam ser já introduzidos nos programas os conceitos mais simples de literacia financeira. E deu como exemplos: “Coisas sem grandes complexidades ou que requeiram algum conhecimento de matemática. Mas antes conceitos como orçamento (gastar menos do que se recebe), poupança ou crédito.” Temas que não compreende como não fazem parte do ensino. Seria algo que a longo prazo poderia ajudar a tirar Portugal da liderança da lista dos países europeus com menos literacia financeira.
A visão dos riscos macroeconómicos
Coube a Luís Marinho, da direção Investimentos, abrir a segunda parte deste evento. Este analista e gestor de carteiras de ações deu aos presentes o contexto macroeconómico atual. 2022 começou assombrado por três riscos, nomeadamente a inflação, a invasão de um país europeu e a pandemia de covid-19, cujas repercussões ainda se fazem sentir. “Tudo isto somado pode trazer um quarto risco: recessão”, alertou Luís Marinho. No entanto, o analista admite que há todo um enquadramento económico resiliente, nomeadamente pelo facto de haver indicadores avançados de atividade em níveis saudáveis de expansão, para além de os dados do mercado de trabalho serem favoráveis. Mencionou ainda que o sistema bancário está “capitalizado e sólido” e “as políticas monetárias acomodatícias e favoráveis ao crescimento económico”.
Pensar a longevidade
Para debater o tema longevidade, sentaram-se “à mesa” Pedro López-Guerrero, da Santalucía, Luiz Bueno, da Swiss Re, e Daniel Riscado, do Center for Transformation da Fidelidade, para uma conversa moderada por José Villa de Freitas, da direção de Marketing e Clientes, e o grande anfitrião do evento. “O segmento sénior forma parte dos assuntos prioritários da Santalucía”, disse em Coimbra Pedro López-Guerrero, que considera esta área de negócio como uma oportunidade. Hoje, a empresa tem uma carteira de sete milhões de clientes, dos quais uma interessante percentagem tem mais de 65 anos, “pessoas que estão connosco há muitos anos”. Convém salientar que a Santalucía é uma estrutura centenária. “Sentimos a obrigação de responder às necessidades destas pessoas porque são nossos clientes desde sempre. Temos de os acompanhar em todas as etapas.”
A Fidelidade tem estado no terreno com as pessoas e com a sua rede de cuidadores, com um papel tipicamente assumido pela família.
Luiz Bueno, da Swiss Re, que começou por focar que “pensar maior é pensar juntos”, admite que o tema longevidade tem de ser tratado em três esferas: consciencialização, precificação, e rede de apoio e prestação de serviços. Na sua intervenção, Daniel Riscado, do Center for Transformation da Fidelidade, realçou que o grupo está a olhar para a longevidade e envelhecimento no sentido de aportar qualidade a essa etapa de vida. Uma jornada que Daniel Riscado diz estar a ser de grande aprendizagem, até porque este centro tem estado no terreno “com as pessoas e com a sua rede de cuidadores, com um papel tipicamente assumido pela família” afirmou. Um envolvimento materializado, por exemplo, no Alô, um produto desenhado precisamente para seniores.
Os desafios da poupança
A voz é-nos amplamente familiar. Pedro Andersson, do programa “Contas-poupança”, da SIC, foi o keynote speaker deste evento dedicado à vida e à poupança. Licenciado em Comunicação Social, admite que em casa nunca ninguém lhe falou de dinheiro. “Quando precisava de alguma coisa, os meus pais compravam-me.” Aliás, Pedro Andersson considera que, em Portugal, falar de dinheiro é tabu, uma fonte de problemas e não de soluções.
Em Portugal, falar de dinheiro é tabu, uma fonte de problemas e não de soluções.
Dando sempre o seu caso como exemplo, o comunicador explica que ganhou particular sensibilidade para a área financeira quando viu a sua prestação de casa praticamente duplicar em 2008 com a subida da Euribor. Foi aí que teve a certeza de que uma família tem de ser encarada como uma empresa: tem de dar lucro. Ou seja, “as despesas têm de ser menores do que o rendimento”. Além disso, ganhar muito dinheiro não quer dizer que se saiba geri-lo, comentou. “Culturalmente, não damos valor ao nosso dinheiro”, salientou. Como resumo, o contador de histórias diz que é preciso investir para colher frutos.
O caminho: agilização, simplificação, automatização e digitalização
Para José Eduardo Bonito, da direção negócio Vida Financeiros, a reflexão não chega. “Andamos há anos a fazê-lo”, disse à plateia. Também não veio a Coimbra fazer um diagnóstico. “O que venho aqui apresentar é o caminho que estamos a fazer. Temos de passar das palavras aos atos. Temos esta responsabilidade não só pela ‘casa’ onde estamos, que é líder do mercado, mas perante os nossos clientes e mesmo sociedade.” O especialista falou em sustentabilidade e literacia financeira e na necessidade de formar os professores para que eles, por sua vez, consigam transmitir de forma correta a mensagem aos alunos. “O conhecimento gera confiança e a confiança gera ação”, disse.
O dinheiro não é nosso, é dos nossos clientes. Mas temos de o tratar como nosso.
Como agente económico relevante no mercado, José Eduardo Bonito não tem dúvida de que a Fidelidade tem um papel preponderante neste processo de educação, para além de uma responsabilidade fiduciária. “O dinheiro não é nosso, é dos nossos clientes. Mas temos de o tratar como nosso.” Para o diretor, o caminho passa por conceitos como agilização, simplificação, automatização e digitalização, assim como por serviços de qualidade e proximidade. Uma comunicação simples e clara foi ainda apontada como um caminho a seguir.
Para finalizar: os compromissos Fidelidade
O evento finalizou com os compromissos da Fidelidade, partilhados precisamente por José Eduardo Bonito e Laurentina Caldeira. Compromissos esses que, na Vida Risco, são baseados na inovação da oferta, na prevenção, na proximidade à rede comercial, digitalização das jornadas e, para finalizar, na sustentabilidade.
Na Vida Financeira, os compromissos são no foco nos clientes e parceiros, assim como numa cultura de transparência e confiança, quer económica quer relacional. A inovação vai igualmente continuar a estar presente, acompanhada com produtos simples e abrangentes, por forma a ser atingido um serviço de excelência. “E, claro, fazer acontecer. É muito importante fazer acontecer o que andamos a refletir há anos”, afirmou José Eduardo Bonito. A fechar o dia, e porque Coimbra assim o “exige”, o encerramento pediu silêncio porque se cantou o fado.